Monday, January 31, 2011
Como enlouquecer o vosso dentista - Parte IV
Muito importante: sempre que o dentista secar o dente com o jacto de ar, passem imediatamente a língua no mesmo. Ou fechem a boca.
Sunday, January 30, 2011
Desistência
De uma amizade desiste-se. Do amor, temos que esperar que ele desista de nós.
Pedro Mexia
Sometimes
Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Saturday, January 29, 2011
Como enlouquecer o vosso dentista - Parte III
Para mostrar o dente que dói basta colocar um ou dois dedos em cima do mesmo. E manter. Manter. Manter...
Friday, January 28, 2011
Como enlouquecer o vosso dentista - Parte II
Tragam a família toda para a consulta. Os avós, tios, primos e, principalmente, as crianças com os respectivos amigos porque não tinham com quem ficar. É tão bom. Criancinhas a correr e ver tudo com as mãos, e o resto da família a respirar em cima do nosso pescoço e a dar voltas à cadeira à procura da melhor vista... E depois a cereja no topo do bolo: mexam na luz enquanto estamos a trabalhar e digam: "Ah, sabe que não se via nada bem daqui!" Não imaginam como ajuda!
Como enlouquecer o vosso dentista - Parte I
Abusem de after-shaves e águas de colónia daquelas muitoooo boas do supermercado que cheiram tãaaao beeeeeem. Gostamos tanto de trabalhar em ambientes aromatizados. Huum. Ou podem sempre optar por fumar imediatamente antes de entrar no consultório. Também adoramos o cheiro a cinzeiro!
Thursday, January 27, 2011
Confirmar as suspeitas
Se há coisa que odeio é «confirmar as minhas suspeitas». Só «suspeitamos» de coisas más. Eu «suspeito» de muitíssimas coisas. E confirmo quase todas. Se há coisa que odeio é isso.
Pedro Mexia
Wednesday, January 26, 2011
Relâmpagos
Há momentos como este (uma efeméride) em que custa mais aquele all quiet on the western front que se exibe como defesa. A memória dói tanto como a realidade. Mas é como um relâmpago: conto os segundos e espero que passe.
Pedro Mexia
Tuesday, January 25, 2011
Monday, January 24, 2011
Nada de nada
Hoje foi um daqueles dias em que me apetecia dormir o dia todo. Ou então sentar-me perto do mar a sorver os raiozinhos tímidos deste sol de Inverno. E ouvir música. Ou ouvir só o mar. Queria um daqueles dias muito cansativos só a fazer conversão de oxigénio em dióxido de carbono...
Nunca fui trabalhar tão contrariada... E depois no Público dizia assim: Hoje, 24 de Janeiro, é o dia mais deprimente do ano, segundo uma fórmula matemática concebida por um cientista britânico da Universidade de Cardiff.
In the depth of winter, I finally learned that, within me there lay an invincible summer.
Albert Camus
Sunday, January 23, 2011
Saturday, January 22, 2011
I had a mean sleep over you, and it hurts coming back to life
Lenny Kravitz ft. Cree Summer - Mean sleep
6-days-a-week
Sempre achei os domingos deprimentes. Sou alérgica a famílias inteiras a passear no supermercado ou no shopping - o evento cultural da semana!
Por isso não percebo como é que, a certa altura, o domingo se tornou no meu dia preferido...
Por isso não percebo como é que, a certa altura, o domingo se tornou no meu dia preferido...
No coração, talvez, ou diga antes:
Uma ferida rasgada de navalha,
Por onde vai a vida, tão mal gasta.
Na total consciência nos retalha.
O desejar, o querer, o não bastar,
Enganada procura da razão
Que o acaso de sermos justifique,
Eis o que dói, talvez no coração.
José Saramago, in Os Poemas Possíveis
Thursday, January 20, 2011
Quase, é uma palavra notável. Todas as pessoas deviam ter por nome próprio quase. Eu sou quase, tu és quase, ele é quase, nós somos quase. Quase qualquer coisa que não chega a ser quase. Uma equação quase perfeita. Um número quase redondo que só existe dentro das nossas cabeças atadas por fios invencíveis. Fios de aço que amarram a loucura e a mantêm obediente. Não queiras ser mais. Podes chorar todas as lágrimas que te descem pela cara sulcando traços de temperatura variável. Continuam a surgir frases por escrever, amores inacabados.
Pedro Paixão in "O mundo é tudo o que acontece"
Wednesday, January 19, 2011
Poison
Malditos pesadelos. Quando é que isto vai acabar? Quando se tornarem reais? Então vá, rápido e eficaz s.f.f.
"My point is this... Whoever said what you don't know can't hurt you was a complete and total moron. Because for most people I know, not knowing is the WORST feeling in the world."
"My point is this... Whoever said what you don't know can't hurt you was a complete and total moron. Because for most people I know, not knowing is the WORST feeling in the world."
Tuesday, January 18, 2011
Monday, January 17, 2011
A pergunta que todos deveríamos fazer-nos é: Que fiz eu se nada mudou? Deveríamos viver mais no dessassossego. Não haverá amanhã se não mudarmos o hoje. Como se conta em A Caverna, tudo o que levamos às costas é passado e todo esse passado, incluindo a desesperança e a desilusão, é o que influencia o amanhã. Há que fazer o trabalho todos os dias com as mãos, a cabeça, a sensibilidade, com tudo.
José Saramago
Sunday, January 16, 2011
Saturday, January 15, 2011
Thursday, January 13, 2011
Wednesday, January 12, 2011
Tuesday, January 11, 2011
Monday, January 10, 2011
Sleepy freakish
Ontem ovos Benedict, hoje cereais (chocolate, nom nom).
E esta música para adormecer.
E muitas frases estranhas na cabeça.
I want to cross the line.
What's the one thing you want to do before you die?
How would you like to spend your last day?
Damn, life is too short to give up on what we want.
I'm pretty sure about that.
Sunday, January 09, 2011
Nem de propósito
Nenhuns seres humanos, incluindo aqueles que já atingiram as idades a que chamamos de senectude, podem subsistir sem ilusões, essa estranha enfermidade psíquica indispensável a uma vida normal.
José Saramago in "O Homem Duplicado"
Sonhos, fantasias e ilusões
É bom sonhar. Mesmo que nunca nada se torne realidade. Mesmo que amanhã o sonho já nem tenha assim tanta piada e surjam outros novos. Vale a pena nem que seja só pelo entusiasmo que se sente enquanto se imagina.
I'll try anything once
The Strokes - I'll try anything once
When I said "I can see me in your eyes"
You said "I can see you in my bed"
Muito cosmic
Jamiroquai - Cosmic girl
My heart's at zero gravity
...
Forty thousand million light years away
It's a distant solar system
It's a distant solar system
Saturday, January 08, 2011
Das margens
Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.
Fernando Pessoa
2011
Vou descontar só (!) 50% do salário. Ainda insisti para ficarem com ele todo, mas não quiseram...
Thursday, January 06, 2011
Wednesday, January 05, 2011
(Ímpar)
2011 começa com anúncios de perdas e horrores... Que esperar de um número ímpar? Somos frágeis e efémeros. Porque é que ninguém acredita que temos mesmo de viver o momento como se fosse o último? Querido 2011, podes tentar não ser um "very good year", mas eu dou-te a volta. Oh, I'm damn sure I will. Mais uma vez: nada por dizer, nada por fazer. Não há ontem nem amanhã. Hoje.
Right
I was very clear that love, like life, is about making choices. And fate has nothing to do with it. Everyone thinks it’s so romantic, Romeo and Juliet, true love, how sad. If Juliet was stupid enough to fall for the enemy, drink the bottle of poison, and go to sleep in a mausoleum, she deserved whatever she got.
Grey's Anatomy
Tuesday, January 04, 2011
Adiamento
Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã…
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não…
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico…
Esta espécie de alma…
Só depois de amanhã…
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-me para pensar amanhã no dia seguinte…
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos…
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o mundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã…
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro…
Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã…
Quando era criança o circo de domingo divertia-me toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância…
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático
Serão convocadas por um edital…
Mas por um edital de amanhã…
Hoje quero dormir, redigirei amanhã…
Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo…
Antes, não…
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei.
Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser.
Só depois de amanhã…
Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã…
Sim, talvez só depois de amanhã…
O porvir…
Sim, o porvir…
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não…
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico…
Esta espécie de alma…
Só depois de amanhã…
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-me para pensar amanhã no dia seguinte…
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos…
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o mundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã…
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro…
Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã…
Quando era criança o circo de domingo divertia-me toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância…
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático
Serão convocadas por um edital…
Mas por um edital de amanhã…
Hoje quero dormir, redigirei amanhã…
Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo…
Antes, não…
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei.
Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser.
Só depois de amanhã…
Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã…
Sim, talvez só depois de amanhã…
O porvir…
Sim, o porvir…
Álvaro de Campos
Monday, January 03, 2011
Sunday, January 02, 2011
Saturday, January 01, 2011
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