Wednesday, March 25, 2009

Os meus filmes #27

O Despertar da Mente (The Eternal Sunshine of The Spotless Mind)
Michel Gondry, 2004

Tuesday, March 24, 2009

Os meus filmes #26

Perto Demais (Closer)
Mike Nichols, 2004


"Why isn't love enough?"

Sunday, March 22, 2009

Ausência

"Quero dizer-te uma coisa simples: a tua ausência dói-me. Refiro-me a essa dor que não magoa, que se limita à alma; mas que não deixa, por isso, de deixar alguns sinais - um peso nos olhos, no lugar da tua imagem, e um vazio nas mãos, como se as tuas mãos lhes tivessem roubado o tacto. São estas as formas do amor, podia dizer-te; e acrescentar que as coisas simples também podem ser complicadas, quando nos damos conta da diferença entre o sonho e a realidade. Porém, é o sonho que me traz a tua memória; e a realidade aproxima-me de ti, agora que os dias correm mais depressa, a as palavras ficam presas numa refracção de instantes, quando a tua voz me chama dentro de mim - e me faz responder-te uma coisa simples, como dizer que a tua ausência me dói."

- Nuno Júdice in Pedro, lembrando Inês

Friday, March 20, 2009

Os meus livros #9

O estrangeiro
Albert Camus, 1942


“Compreendi, então, que um homem que houvesse vivido um único dia, poderia sem dificuldades passar 100 anos numa prisão. Teria recordações suficientes para não se entediar.”

Wednesday, March 18, 2009

25/06/1985 - 11/03/2009

Não vou esquecer o teu rosto.
Não vou esquecer o sofrimento e a incredulidade nas expressões de todas as pessoas que te conheceram.
Não vou esquecer o desespero dela ao sentir-te desaparecer, o desespero de sentir a felicidade fugir, os planos desfazerem-se, o desencontro do amor que havia encontrado.

Os meus filmes #25

Breakfast on Pluto
Neil Jordan, 2005


Tuesday, March 17, 2009

Pedro, lembrando Inês

"Em quem pensar, agora, senão em ti? Tu, que me esvaziaste de coisas incertas, e trouxeste a manhã da minha noite. É verdade que te podia dizer: "Como é mais fácil deixar que as coisas não mudem, sermos o que sempre fomos, mudarmos apenas dentro de nós?" Mas ensinaste-me a sermos dois; e a ser contigo aquilo que sou, até sermos um apenas no amor que nos une, contra a solidão que nos divide. Mas é isto o amor: ver-te mesmo quando não te vejo, ouvir a tua voz que abre as fontes de todos os rios, mesmo esse que mal corria quando por ele passámos, subindo a margem em que descobri o sentido de irmos contra o tempo, para ganhar o tempo que o tempo nos rouba. Como gosto, meu amor, de chegar antes de ti para te ver chegar: com a surpresa dos teus cabelos, e o teu rosto de água fresca que eu bebo, com esta sede que não passa. Tu: a primavera luminosa da minha expectativa, a mais certa certeza de que gosto de ti, como gostas de mim, até ao fim do mundo que me deste."

- Nuno Júdice in Pedro, lembrando Inês

Monday, March 16, 2009

Os meus livros #8

O Retrato de Dorian Gray
Oscar Wilde, 1890



“Toda a arte é inútil."

"(...) Depois, aparecera Lord Henry Wotton com o seu estranho discurso panegírico sobre a juventude e o prenúncio terrível da sua brevidade. Isso perturbara-o então, e agora, ao encarar o reflexo da sua beleza, toda a realidade da descrição acudiu-lhe subitamente ao espírito. De facto, havia de chegar o dia em que o rosto ficaria enrugado e mirrado, os olhos baços e sem cor, e a graciosidade das suas formas destruída e deformada. O vermelho vivo dos lábios desapareceria, e também o tom dourado do cabelo. A vida que teve, que Lhe criar a alma havia de desfigurar-Lhe o corpo. Iria tornar-se horrendo, hediondo e grosseiro. Ao pensar nisso, uma dolorosa angústia, acutilante como uma faca, fez vibrar cada fibra delicada do seu ser. O azul dos olhos passou a cor de ametista, e cobria-o uma névoa de lágrimas. Tinha a sensação de que uma mão de gelo lhe pousara no coração. (…)”

Sunday, March 15, 2009

"Podes chegar a qualquer momento, abrir o saco dos ventos, desencadear a tempestade, morrer comigo no mar imaginário do amor único."

Manuel Alegre in A Terceira Rosa

Saturday, March 14, 2009

Os meus filmes #24

Kill Bill vol. 1
Quentin Tarantino, 2003


Friday, March 13, 2009

"Ás vezes penso se não serás apenas uma ilusão. Gostava de poder criar para ti a fala que não há, inventar outra caligrafia para deixar de ti não apenas um traço mas o retrato de onde saísses inteira e fulgurante para outro tempo, outra cidade, outra aventura."

Manuel Alegre in A Terceira Rosa

Thursday, March 12, 2009

Os meus livros #7

A relíquia
Eça de Queiroz


"Quando recolhíamos ao quarto, alumiados pelo Gonçalves, passou por nós, bruscamente, no corredor, uma senhora, grande e branca, com um rumor forte de sedas claras, espalhando um aroma de almíscar. Era a inglesa do senhor barão. No meu leito de ferro, desperto pelo barulho das seges, eu pensava nela, rezando Ave-Marias. Nunca roçara corpo tão belo, de um perfume tão penetrante; ela era cheia de graça, o Senhor estava com ela, e passava, bendita entre as mulheres, com um rumor de sedas claras..."

Wednesday, March 11, 2009

"- Tenho saudades, dizias. Saudades do que foi, do que está a ser, do que será, sobretudo do que não será. (...) ...certos amores são perigosos, passam e não passam."

Manuel Alegre in A Terceira Rosa

Tuesday, March 10, 2009

Os meus filmes #23

Mulholland Drive
David Lynch, 2001

Sunday, March 08, 2009

Os meus livros #6

O Evangelho Segundo Jesus Cristo
José Saramago

"A Inquisição é uma polícia e é um tribunal, por isso haverá de prender, julgar e condenar como fazem os tribunais e as polícias, Condenará a quê, Ao cárcere, ao degredo, à fogueira, À fogueira, dizes, Sim, vão morrer queimados, no futuro, milhares e milhares e milhares de homens e mulheres, De alguns já me tinhas falado antes, Esses foram lançados à fogueira por crerem em ti, os outros sê-lo-ão por duvidarem, Não é permitido duvidar de mim, Não, Mas nós podemos duvidar de que o Júpiter dos romanos seja deus, O único Deus sou eu, eu sou o Senhor, e tu és o meu Filho, Morrerão milhares, Centenas de milhares, Morrerão centenas de milhares de homens e mulheres, a terra encher-se-á de gritos de dor, de uivos e roncos de agonia, o fumo dos queimados cobrirá o sol, a gordura deles rechinará sobre as brasas, o cheiro agoniará, e tudo isto será por minha culpa, Não por tua culpa, por tua causa, Pai, afasta de mim este cálice, Que tu o bebas é a condição do meu poder e da tua glória, Não quero esta glória, Mas eu quero esse poder. O nevoeiro afastou-se para onde estivera antes, via-se uma pouca de água ao redor do barco, lisa e baça, sem uma ruga de vento ou uma agitação de barbatana passando. Então o Diabo disse, É preciso ser-se Deus para gostar tanto de sangue."

Friday, March 06, 2009

Os meus filmes #22

A mulher que viveu duas vezes (Vertigo)
Alfred Hitchcock, 1958

Wednesday, March 04, 2009

Os meus livros #5

A insustentável leveza do ser
Milan Kundera


"Mas o que acontecera ao certo a Sabina? Nada. Deixara um homem porque queria deixá-lo. Esse homem tinha vindo atrás dela? Tinha querido vingar-se? Não. O seu drama não era o drama do peso, mas o da leveza. O que se abatera sobre ela não era um fardo, mas a insustentável leveza do ser."

Monday, March 02, 2009

Os meus filmes #21

Veludo Azul (Blue Velvet)
David Lynch, 1986