Saturday, February 28, 2009

Os meus livros #4

O Sangue dos Outros
Simone de Beauvoir


"Ela abriu os olhos; ele tomou-a nos braços. Aqueles olhos abertos que já não viam mais! Algo permanece que ainda não está ausente de si mesmo mas sim ausente da terra, ausente de mim. Ela respira ainda uma vez - os seus olhos embaciam - o mundo desprende-se dela, desmorona-se; ela, contudo, não desliza para fora do mundo; é no seio do mundo que ela se torna esta morta que tenho nos meus braços.
Rosto amado, corpo amado. Era a sua testa, eram os meus lábios. Deixaste-me mas eu ainda posso amar a tua ausência."

Thursday, February 26, 2009

Os meus filmes #20

Quem quer ser bilionário (Slumdog millionaire)
Danny Boyle, 2008


Wednesday, February 25, 2009

A Terceira Rosa

Que nome te dar? Tu és única. Tu és todas. Ou talvez nenhuma. Eu sou tu. Tu és eu. A outra metade de mim. A parte de ti que em mim ficou. A parte de mim que foi contigo. Ninguém me foi tão próxima. Ninguém me escapou tanto.

Como foi que constantemente nos perdemos?

Esta é a história. Uma história sem história. Uma história só isto.


- Manuel Alegre in A Terceira Rosa

Tuesday, February 24, 2009

Os meus livros #3

Manhã Submersa
Vergílio Ferreira


"(...) o peso da dor nada tem que ver com a qualidade da dor. A dor é o que se sente. Nada mais. Desisto definitivamente de me iludir com a minha força de adulto sobre o peso de uma amargura infantil. Exactamente porque toda a vida que tive sempre se me representa investida da importância que em cada momento teve. Como se eu jamais tivesse envelhecido. Exactamente porque só é fútil e ingénua a infância dos outros - quando se não é já criança."

Sunday, February 22, 2009

Os meus filmes #19

2001: Odisseia no Espaço (2001: Space Odyssey)
Stanley Kubrick, 1968

Friday, February 20, 2009

Os meus livros #2

Poesia
Eugénio de Andrade
(Antologia Completa editada pela Fundação Eugénio de Andrade)



"É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer."

Wednesday, February 18, 2009

Os meus filmes #18

Pulp Fiction
Quentin Tarantino, 1994

Monday, February 16, 2009

Os meus livros #1

A Terceira Rosa
Manuel Alegre

"(Os anos passarão. Os canteiros hão-de gerar um outro buxo. Outros pássaros virão cantar nos ramos altos do pinheiro manso e dos plátanos. A tia morrerá. E a casa e o jardim, a própria vila, suas rotinas, seus ritmos e seus ecos. Não ficará senão a tua voz na tarde calma. Olá, disseste. E a terra começou a tremer.)"


"Não quero morrer de ti."




Saturday, February 14, 2009

Os meus filmes #17

Psico (Psycho)
Alfred Hitchcock, 1960

Thursday, February 12, 2009

Os meus filmes #16

O estranho caso de Benjamin Button (The curious case of Benjamin Button)
David Fincher, 2008
(adaptação do livro de F. Scott Fitzgerald)



Tuesday, February 10, 2009

Os meus filmes #15

Shining (The Shining)
Stanley Kubrick, 1980

Sunday, February 08, 2009

Os meus filmes #14

Paris, je t'aime
Olivier Assayas, 2006


Friday, February 06, 2009

Os meus filmes #13

O Novo Mundo (The New World)
Terrence Malick, 2005

Thursday, February 05, 2009

Oh yes, life is astonishing

"When i was born i was so surprised
i didn't talk for a year and a half."

- Gracie Allen

Wednesday, February 04, 2009

Os meus filmes #12

Volver
Pedro Almodóvar, 2006

Monday, February 02, 2009

Viagem em Tempo de Guerra

“Tudo está bem quando acaba bem.”

A viagem começou mal. O vôo que nos havia de transportar a Israel, com passagem por Bruxelas, foi cancelado ao fim de um dia de espera por causa da neve. Só ao fim do dia pudemos embaçar, mas com passagem por Madrid em vez de Bruxelas. No entanto isto não teve influência no cumprimento do programa de viagem, mas sim e apenas numa noite sem dormir.

A viagem já estava marcada e paga. Havia pessoas amigas que nos aconselhavam a desistir por causa dos acontecimentos na Faixa de Gaza. Mas eu, que não sou herói nem cobarde e como tenho a certeza que acabarei sempre por morrer por esta ou aquela causa, não ia agora desistir. Com a minha esposa a coisa era mais complicada e embora a sua fé religiosa seja mais forte que a minha, não estava lá muito segura, mas não deu parte de fraca.

Fazia parte do meu imaginário, desde criança, poder um dia visitar aqueles locais, primeiro pelas referências bíblicas, pois que para a nossa civilização judaico-cristã, quer queiramos quer não, somos todos os dias confrontados com os nomes desses locais.

Depois pela curiosidade histórica de conhecer “in loco”, lugares como aqueles, carregados de história.

E as expectativas não foram defraudadas.

Não vou fazer a descrição dos lugares, porque muito melhor do que eu se encontram em livros de geografia e história. Mas nomes como Jafa, Cesareia, Cafarnaum, Jericó, Haifa, Monte das Oliveiras, Monte Tabor, Torre Antónia e Monte do Calvário, Tiberíades e o seu lago, Mar Morto e toda a cidade de Jerusalém, etc., fazem-nos sentir que estamos a reviver séculos de história.

Não cabe num simples artigo de jornal toda a experiência passada na viagem, por isso vou apenas referir sinteticamente as coisas que mais me impressionaram.

Um dia de manhã, depois de ter assistido ao nascer do sol nos Montes Golan, do outro lado do Mar de Tiberíades, embarcámos os quarenta e quatro no barco fretado pela agência de viagens para nos transportar através dele para ir comer o célebre peixe Pedro, assim chamado em homenagem ao Apóstolo, situado no lado oposto.

Depois do embarque, um dos dois membros da tripulação, ao mesmo tempo que vai içando a nossa bandeira nacional e põe a tocar o Hino, naquela envolvência foi cá dum efeito que eu nunca seria capaz de imaginar se não tivesse vivido essa experiência.

Outro facto que eu marquei na visita à cidade de Belém, que é um enclave murado da Palestina, foi a preocupação que tinham os seus habitantes em nos garantir que não nos acontecia lá nada de mau e ouvir deles, que sabem um pouco de todas as línguas, saudarem-nos com um “bom dia portugueses”.

Ainda outro acontecimento que mexeu com a nossa sensibilidade, foi na nossa visita ao Museu do Holocausto, a sala onde se encontra a fotografia daquele que foi cônsul em Bordéus, Aristides de Sousa Mendes e as referências veementes proferidas pela nossa guia em relação a ele pelo facto das vidas que salvou de milhares de judeus e pelo abandono a que foi votado por Salazar, que fazia jogo duplo na guerra. Depois de saberem o que lhe aconteceu, vários judeus chamaram para a América alguns dos seus descendentes e lá os protegeram. Parece-me que falta ainda prestar melhor reconhecimento nacional a essa figura de tão nobres sentimentos humanos.

Quanto à guerra, a desenrolar-se na Faixa de Gaza, sabia-se mais aqui do que nós lá. A televisão, que como é natural, emite em hebraico, não dava para perceber, pois não sou “barra” em hebraico, uma língua que é escrita da direita para a esquerda, em caracteres que mais parecem hieróglifos.

Mas dois factos constatámos relacionados com a guerra:

O primeiro foi quando estávamos no Monte das Bem-Aventuranças e ouvimos alguns disparos. Quando perguntámos à guia o que era aquilo, ela disfarçou e disse que era num campo de treino. Fiquei sem saber se era verdade, se foram os disparos que depois soubemos terem sido feitos na fronteira do Líbano, já que estávamos bastante a Norte e não muito distantes.

O segundo e de que só nos apercebemos mais tarde, foi a afluência enorme de crianças acompanhadas pelos pais, à noite, no hotel em Jerusalém. Pensámos na altura que como os judeus desde sexta-feira ao pôr-do-sol até ao Sabat à noite nem sequer cozinham, que fosse por esse motivo. Soubemos depois que eram de Siderot e como não podiam ir à escola e tinham de estar protegidas por causa dos rockets do Hamas, o governo pagou-lhes a deslocação e estadia no hotel durante o fim-de-semana.

Nesta romagem à Terra Santa, não posso deixar de falar da figura ímpar de Jesus Cristo e do que representam os lugares em que foi passada a Sua existência terrena e do que representa a Sua mensagem para uma tamanha parte da humanidade.

Para aqueles que crêem na Divindade de Jesus, o Seu julgamento e morte tinham de cumprir-se para a remissão da humanidade.

Mas para aqueles que vêem na Sua humanidade um Ser superior, que pregava o bem e a justiça, o amor entre os homens, que estava sempre ao lado dos fracos e oprimidos, fica-se a pensar se teria valido a pena o sacrifício do doce rabi da Galileia, pois esta humanidade continua sem concerto e com reles pusilânimes como Pôncio Pilatos e de traidores como Judas.

Acho que é por este motivo que Ele ainda não voltou, como tinha prometido.


- Joaquim São Bento

Sunday, February 01, 2009

Never miss a beat


Mais uma vez os Kaiser Chiefs estiveram por cá e mais uma vez estão de parabéns pelo excelente espectáculo que deram. A quem gosta de indie e ainda não os viu, recomendo. Vale mesmo a pena.
A música parecia entranhar-se em cada poro e ficava a ecoar dentro de nós...

Everything is average nowadays... mas eles não!