Num mundo melhor, as mulheres poderão abortar sem coacção psicológica por parte de maridos mal formados, padres e todos os moralistas da sociedade.
Num mundo melhor os direitos à vida, à integridade física, à autodeterminação e à liberdade serão de todas as mulheres.
Segundo a OMS, 200.000 mulheres por ano morrem devido a abortos ilegais ou partos involuntários quando não encontram onde o fazer (ou quando não as deixam procurar onde o fazer). Um parto voluntário também tem riscos, mas não se viola o direito à vida da mulher.
Num mundo melhor não se viola o direito à autodeterminação, liberdade e integridade física ao forçar-se uma mulher a dar à luz um filho que não quer. Viver 9 meses de uma gravidez indesejada deve ser verdadeiramente angustiante. Isto sem falar do que viverá depois do nascimento: infelicidade ou adopção, ou seja, infelicidade ou infelicidade. É fantástico que a lei obrigue as mulheres a sacrificar os seus direitos em prol da potencial vida de outrém.
Num mundo melhor os direitos à vida, à integridade física, à autodeterminação e à liberdade serão de todas as mulheres.
Segundo a OMS, 200.000 mulheres por ano morrem devido a abortos ilegais ou partos involuntários quando não encontram onde o fazer (ou quando não as deixam procurar onde o fazer). Um parto voluntário também tem riscos, mas não se viola o direito à vida da mulher.
Num mundo melhor não se viola o direito à autodeterminação, liberdade e integridade física ao forçar-se uma mulher a dar à luz um filho que não quer. Viver 9 meses de uma gravidez indesejada deve ser verdadeiramente angustiante. Isto sem falar do que viverá depois do nascimento: infelicidade ou adopção, ou seja, infelicidade ou infelicidade. É fantástico que a lei obrigue as mulheres a sacrificar os seus direitos em prol da potencial vida de outrém.
10 comments:
Não é pelo facto de o aborto ser ilegalizado que a mulher deixará de sofrer coacção psicológica por parte de um parceiro para o fazer.
Não é pelo facto de ser ilegal o consumo de drogas que os adolescentes sofrem pressões dos colegas para as experimentarem, de modo a se inserirem no grupo. Não é pelo facto de em alguns sítios nos EUA se adoptarem "leis anti-fornicação" que as pessoas deixam de ter relações sexuais pré ou extra maritais. Não é pelo facto de a imigração ilegal ser ilegal que deixa de haver imigrantes ilegais, em situação de precaridade e de exploração precisamente devido a essa ilegalidade.
Terias de suportar a tua asserção com um estudo estatístico, mostrando que a ilegalização tem o efeito prático de fazer diminuir a frequencia com que ocorre a acção ilegalizada.
Claro que poderías opor-me: "não é por a pedofilia ser ilegal que ela deixará de ser praticada, pelo que mais valeria legalizá-la", não poderíamos aceitar isto, e terias razão em apontar-mo. Não o contesto. Pelo que a questão redunda nisto: consideramos o aborto um crime em qualquer circunstância ou não? Não considero correcto querer universalizar a partir de um caso particular. A coacção psicológica ao aborto é éticamente indefensável, mas daí não se prova que o aborto seja em si eticamente indefensável. Se o é, terá de ser demonstrado por outros meios.
Depois há a questão prática... que são os efeitos da ilegalização. Ela ajuda de facto a resolver algum problema ou complica-o?
Se bem notaste, não fiz qualquer afirmação peremptória. Não disse que o aborto é éticamente justificavel em qualquer caso, apenas neguei que pudesse ser indefensável por via do argumento que usaste. Quanto aos dados oficiais... nós sabemos bem a discrepância que existe entre o número de desempregados de acordo com as estatísticas e o desemprego real. Isto para só mencionar um caso.
Não conheço os estudos estatísticos, não examinei a questão em detalhe. Reconheço esse lapso. Em todo o caso só posso tirar ilações depois de ir ver, o que não significa que isso me faça considerar o aborto como eticamente indefensável para toda a circunstância possível.
Há paradoxos que causam confusão. Por exemplo, mesmo os movimentos pró-vida consentem na justificação do aborto em caso de violação. Ora, parece-me haver aqui um problema, dado que se a vida é um princípio inatacável e se a questão da autodeterminação e direito ao corpo não colhe como argumento pró legalização, então não vejo como poderíamos tomar a questão da voluntariedade do acto que dá origem ao feto como critério para abrir uma excepção. O feto gerado numa violação deixa de ter direito à vida ou é de algum modo "contaminado" pela relação que os progenitores tiveram para com o acto da concepção? Isto é importante porque, se abrimos uma excepção para um caso que seja, como impedimos a sustentação ética do aborto quando indexado a outros casos que não a violação?
Ena, a vagina já vem programada com uma noção do "melhor" parceiro!
Deixa-me lá adivinhar, faz a estimativa pelo rendimento mensal e pela marca do carro?
A questão não é a de saber se é dificil ou não que uma mulher violada engravide. A questão é a de saber se aceitas como eticamente justificavel que uma mulher violada que engravidou aborte, e as consequencias que essa aceitação tem para a tua restante argumentação (no caso de alinhares pelos pró-vida). Claro que se me disseres que não aceitas como eticamente justificavel o aborto em nenhuma circunstancia, mesmo em caso de violação onde houve gravidez... então não tens de dizer mais nada.
Diz-me so mais uma coisa:
como é que consegues inibir a justificação ética da eugenia, quando aceitas graus de hierarquia na natureza (vaginas que seleccionam a priori o semen do "melhor" parceiro)?
Se separas uma parte da natureza para a converter um estereótipo (o um fora da multiplicidade), já tens toda a fundamentação filosófica suficiente para uma teoria eugénica.
Mas há um paradoxo interessante aqui: imaginemos que a hipotética mulher teve relações com o seu parceiro normal e foi subsequentemente violada, imaginemos ainda que o sémen do violador corresponde ao estereótipo biológico identificado pela vagina e não o do parceiro. Então a vagina será confrontada com um dilema moral, pois o seu impulso biológico entrará em contradição ética com o sentimento de repulsa da mulher.
Temos de concluir que, além de inteligentes, as vaginas são capazes de reflectir eticamente.
Se tudo fosse apenas genética, então não percebo porque teria de haver debates sobre eugenia, clonagem ou abortos. A genética é a genética, e um gato é um bicho. Mas o modo como falamos das coisas e as próprias coisas não sao o mesmo: se tu mudas o conceito de gato, os gatos não desaparecem, mas se não houvessem gatos, dificilmente formarias um conceito, melhor ou pior adequado à realidade, de "gato".
Ora, o modo como falamos das coisas tem consequências. Tudo o que tu acabaste de dizer, limitando-te a gritar no fim, o que não aumenta em nada a evidência da tua posição, apenas indica que ficaste um pouco mais vermelhinho nas bochechas, foi recusar discutir as consequências do modo como falas das coisas ou como aceitas que falem delas.
Não é por um artigo aparecer no financial times que eu lhe vou dar crédito, ou pelo menos crédito no sentido acrítico do termo, isso é bom para ti, que gostas de Autoridades com A, afinal de contas, és um Académico que tem aulas com Autoridades. Eu estou-me a cagar para isso a partir do momento em que consigo pensar e tirar ilações. Tanta merda sobre a "esquerda demagógica" e tu és provavelmente o mais leninista destes sacanas todos que aqui escrevem. Ah, pois, teoria do partido no sec XX é o lugar do leninismo, seja à direita ou à esquerda. O teu apreço por declamações poético-autoritárias, em detrimento da discussão puramente racional vincula-te ao velho, mais do que gostarias.
Foi preciso toda a idade média para desligar a razão da fé, e agora vêm avantesmas como tu propor retrocessos sobre coisas que levaram séculos a conquistar.
Não disseste nada pá... nada. Eu posso defender que os pássaros são penicos e depois gritar que AQUI NAO HÁ FILOSOFIA, APENAS INDUSTRIA SANITÁRIA, que não era por isso que a frase faria mais sentido. Que o argumento (vamos ser condescendentes e assumir que o há) tem a ver com genética qualquer idiota de académico pode vê-lo. Daí a confundir as coisas com as opiniões ou o modo de falar das coisas, vai um salto de gigante.
A filosofia está em todos os lugares em que raciocinamos de acordo com ligações de coisas e disciplina lógica, em vez de por "sinais" ou holofotes mágicos, como fazes no senso comum e nas suas sublimações.
Sabes o que é filosofia? Não é citar Autoridades ou proclamar indirectamente que se teve aulas com Funalo de Tal ou Paneleiro de X... filosofia é quando, p ex, desmontas o seguinte: "Joao é alto" - mas "alto" significa uma relaçõa de coisas, o João não tem uma "essência" alta, fora de qualquer relação, nada é "algo" ou "baixo". Tal como a cor: não é uma coisa mas uma relação permanente de coisas - o material do objecto que vês, os comprimentos de onda que definem a luz e o teu aparelho receptor. Quanto aos detalhes os físicos tratarão melhor. O que interessa aqui ao filósofo é o núcleo racional: "as propriedades são relações", é uma asserção filosófica-tipo. É uma ferraemnta que usas para construri um quadro racional da realidade, sempre passível de revisão e de graus de adequação superiores. Mas sem filosofia (podes até chamar-lhe outra coisa qq) limitas-te a apontar sinais para tentar pensar as coisas, logo, não pensando literalmente nada. Como essa descoberta notável e imbecil de que "socialismo" e "nacional-socialismo" contêm um fragmento linguístico comum. Está bem, ó Sr. Dr, mas o que interessa é saber para o que raio usamos as palavras, distinguir as opiniões das coisas e perceber como as primeiras se geram.
Aquilo que dizes, quer queiras ou não, tem bagagem metafísica. Até os cientistas, não é por serem cientistas e adeptos por necessidade de uma linguagem clara e precisa, recorrendo por vezes a sistemas de signos que se adequem às necessidades do discurso científico, não é por isso, dizia, que eles são menos atreitos a aceitar acríticamente a bagagem filosófica contida no modo como falam das coisas. O filósofo não limita a ciência, tal como não limita a teologia (embora os teólogos gostassem de limitar a filosofia, mas hão-de se foder todos) nem a ciência limita a filosofia, pois o objecto de ambas, sendo o mesmo ( o mundo) não o é do mesmo modo nem indexado às mesmas ideias ou interesses fundamentais. O cientista pode discursar perfeitaemnte sober caos e harmonia, sem cometer um único erro de sintaxe ou de lógica, sem dizer nada que contradiga a experiência comum ou mesmo a evidência científica disponível mas... pode falar como se caracterizasse o "caos" ou o "movimento" como estados em si mesmo defectivos ou transitórios, como estados-de-passagem entre um ponto fixo A e B, esses sim inteligíveis por si. Isto é puramente especulativo e não "científico" e cabe ao filósofo a sua desmontagem.
Como vês, são campos diferentes.
Se não fossem, nunca haveria cientistas crentes e outros que não o são, o simples exercício da tarefa seria suficiente para fazer de todos ou crentes ou ateus.
Que eu me ponha acima do debate é simplesmente falso. Nunca digo nada com o pressuposto de que não tem resposta possível. Quanto a exibicionismos, creio aqui que a unica pessoa que vejo recorrer a frases com o intuito de assustar os outros és tu. Se os meus argumentos dão a aparencia de que eu me coloco "por cima do debate", isso não tem de ser um problema meu, pode ser apenas derivado da tua incapacidade de produzires um único comentário que de facto não se reduza a projectar uma qualquer sombra de autoridade.
Quanto à maioria das coisas que dizes, são pura e simplesmente demasiado estúpidas, maniqueístas, para que as possa comentar ou sequer sinta o mínimo de pachorra para tal.
O teu nível de raciocínio nem sequer chega a ser elementar. Quem aqui quer sobressair à força toda e sistematicamente colocar-se em relação hierarquica face aos outros não sou eu, és tu. Isto qualquer leitor inteligente pode constatar e eu não vou perder mais tempo sequer a insultar-te.
Adeus pá
Como eu disse... acabei a conversa contigo. Não temos literalmente nada a aprender um com o outro.
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