Tal e qual
Um exemplo de como «a escrita» nos ajuda a descobrir coisas: quando escrevi «andei dois anos com as mensagens dela, extraordinariamente ternas e infundadas», tentei várias versões até chegar a «infundadas». Escrevi mentirosas, enganadoras, ilusórias, falsas, precipitadas, iludidas, equivocadas e enganosas. Mas «infundadas» é o ideal, porque é factual (de facto não tinham fundamento) e não atribui a culpa a ninguém sobre essa falta de fundamento. Ao procurar a palavra mais ajustada fiquei com uma noção mais justa. É para isso que «serve» a escrita.
Pedro Mexia
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